Estilo dos calçados masculinos

Calçados existem desde os primórdios da humanidade, mas, na hora de escolher, sempre provocam dúvida. Qual o melhor modelo? O que é mais formal? O que é mais esportivo? O dedo do pé deve bater na ponta? Será que vai "lacear" com o tempo?

OXFORD

O primeiro sapato amarrado com cadarços foi introduzido na Inglaterra em 1640, e logo se tornou popular entre os estudantes da Universidade de Oxford. A partir daí, o estilo e o nome se espalharam. Os sapatos oxford são caracterizados por serem um modelo fechado em que as perfurações para os cadarços são feitos diretamente no corpo do sapato, e não em abas costuradas sobre a gáspea (porção dianteira do calçado).

MONK

Estilo de sapato derivado dos sapatos dos monges (o nome inglês quer dizer "monge" em português) usados desde o século 15, mas sua versão contemporânea surgiu em 1930. É menos formal do que um oxford e mais do que um derby. Fácil de reconhecer pela falta de cadarços, que são substituídos por uma fivela metálica colocada na lateral, junto ao peito do pé. Bom para ternos e combinações como calça de alfaiataria e camisa social.

BROGUE

Brogue não um tipo de sapato, mas é importante saber do que se trata, pois diversos modelos podem levar esse nome como apêndice, que se refere ao perfurado decorativo que alguns sapatos apresentam. Em inglês, dependendo da extensão dos motivos perfurados, fala-se em "brogue", "semi-brogue", ou "full-brogue".

MOCASSIM

Este é o nome dado pelos índios algonquinos, da fronteira dos Estados Unidos como Canadá, aos seus sapatos de couro costurados a mão com pontos largos ao redor do peito do pé e sobre os dedos. Em versões mais estruturados, são chamados em inglês de "loafer". Na década de 60, a marca italiana Gucci lançou um modelo com fivela de metal e uma faixa verde e vermelha, que foram copiados no mundo inteiro.

NOSSA HISTÓRIA

Tradições que trazemos para nossos clientes.

Inicio

Devido à chegada dos mais diversos imigrantes que formam hoje a nação brasileira, o país possui uma rica cultura do modo de produção de calçados.

Na região Sudeste, destacamos na cidade de São Paulo, no bairro do Bixiga (Bela Vista), a Calçados Pellegrini, fundada em 1902 e existente até hoje, é a mais antiga fábrica de calçados no Brasil ainda em funcionamento, e uma herança viva de um modo de produção raro hoje em dia: o calçado feito à mão.

O desaparecimento desse modo de produção de calçados e das antigas sapatarias na cidade de São Paulo, estão ligados à importantes eventos advindos da segunda metade do século XX como, por exemplo, a popularização do calçado esportivo, o tênis, e a consolidação do polo calçadistas de Franca, Jaú, Birigui no interior do Estado de São Paulo.

Imagem da tampa da caixa de sapato da Calçado Pellegrini em 1902. Fonte: Acervo da autora.

CALÇADOS PELLEGRINI

Fábrica de calçados Pellegrini

A fábrica “Calçado Pellegrini” foi fundada em 1902, por um sapateiro italiano, calabrês, chamado Vicenzo Pellegrini, juntamente com um sócio português, também sapateiro, de sobrenome Albano. A empresa, então registrada sob o nome “Pellegrini & Albano”, situava-se na Rua Manoel Dutra, número 68, esquina com Rua Treze de Maio, no bairro do Bexiga (figura 1). Endereço este, que possivelmente também serviu de moradia para Vicenzo e seu filho Alberto, que emigrou da Itália com o pai.

Na época, como as práticas manuais costumavam ser passadas de pai para filho, Alberto Pellegrini aprendeu o ofício de sapateiro com seu Vicenzo, e o ambiente da fábrica proporcionou o contato com outros artesãos estrangeiros que por lá passaram como italianos, iugoslavos, russos, espanhóis e portugueses. Toda essa troca de conhecimento possibilitou com que, mais tarde, Alberto se tornasse um “senhor” sapateiro e naturalmente, assumisse a parte de criação da empresa, que passa a operar sob o nome de “Calçados Alberto Pellegrini”, no início da década de 1920.

Com o progresso dos negócios, o local já não comportava mais a dinâmica da fábrica. O aumento da produção e a demanda por mão-de- obra exigiram um espaço físico maior. Dessa forma, em meados da década de 1920, a fábrica mudou suas instalações para um prédio, localizado na extinta Rua da Assembléia (figura 2). O Sr. Alberto residia na parte de cima, no número 383 e a fábrica na parte de baixo, no número 375. Ao lado, o número 367, abrigou também parte da empresa, a loja de calçados.

Anos mais tarde, em 1927, chega ao Brasil um imigrante italiano chamado Tito

Nalòn, que começa a trabalhar na Pellegrini como contador ou “guarda-livros”, como era chamada esta profissão na época 3 . Na empresa, Tito conhece a irmã de Alberto, com quem se casa após alguns anos e se torna o novo sócio da Pellegrini. A empresa passa então, a atuar sob o registro de “Pellegrini & Nalòn”.

Em 1937, nasce o filho de Tito, Renzo Nalòn, que começa a trabalhar na fábrica com carteira registrada a partir de 1952. Lá Renzo segue os mesmos passos do pai, trabalhando como “guarda-livros”. Segundo Nalòn (2012),neste mesmo período, o filho de Alberto, Vicente Pellegrini, já atuava na fábrica manifestando o mesmo dom de criação que herdara do pai, mas que por algum motivo, não herdara a mesma dedicação.

Após a morte de Alberto, em 1958, a fábrica sofre mais um período de expansão. O aumento da mão-de-obra, que já beirava cerca de 80 sapateiros, e o aumento da produção, exigiram maior espaço físico. Dessa forma, o número 383 da rua, até então moradia de Alberto, torna-se escritório da Pellegrini e a empresa passa a ser controlada por Tito Nalòn. Tito resolve então, transformá-la em sociedade anônima, e a “Calçados Pellegrini S/A” tem como acionistas os membros das famílias Pellegrini e Nalon .

Durante os quase 50 anos de permanência neste endereço, a Pellegrini se consolidou no mercado, tornando- se referência na fabricação de calçados finos masculinos. Um de seus clientes na época, o jornalista Júlio Mesquita, deixa claro a sua preferência pelos calçados em carta para sua esposa Marina, durante seu exílio em Buenos Aires, em 1942:

Sapateiros da fábrica “Calçados Pellegrini S/A”, em frente a sede da empresa na Rua Assembléia, 375, no ano de 1957. Fonte: Acervo Calçados Pellegrini.

PREMIAÇÕES

80 Anos depois de fundada, a Pellegrini continua ganhando prêmios!

1º Lugar em esporte

1º Lugar em social

A COUROMODA também reconheceu a qualidade Pellegrini

Avaliado pela COUROMODA a maior feira especializada na América Latina e a quarta maior do mundo, o mais importante evento para negócios e lançamentos de moda no mercado de calçados e artigos de couro.
Porque ainda faz calçados a mão, com o mesmo carinho artesanal dos primeiros tempos. Na "COUROMODA 1980" a Pellegrini ganhou o primeiro lugar na categoria esporte - forma 90 - ref. 1.000 - Mestiço Corrugado. Entre os sapatos sociais, o premiado tambem foi um Pellegrini - um lindo calçado em Cromo Alemão - ref. 995 - forma 90.

Na Mesopotâmia eram comuns os sapatos de couro cru, amarrados aos pés por tiras do mesmo material. Os coturnos eram símbolos de alta posição social. Na Grécia Antiga, os gregos chegaram a lançar moda, como a de modelos diferentes para os pés direito e esquerdo. Na Roma Antiga, o calçado indicava a classe social.

Conheça os calçados prêmiados e toda a linha artesanal da Pellegrini: botas, mocassin e uma infinidade de modelos e formas.